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JOSÉ MAYER E A “CULTURA MACHISTA”

O recente episódio de assédio sexual envolvendo o ator Global José Mayer e uma figurinista da novela em que ele atuava, causou um tremendo impacto na sociedade Brasileira. Quase todos os segmentos, de uma forma ou de outra, se sentiram atingidos pelo incidente. O episódio de certa forma abalou o inconsciente coletivo de uma sociedade que ainda luta para implementar um senso de justiça que seja amplo, irrestrito e livre de preconceitos.

Sobre o caso especificamente, claro que sempre devemos partir da presunção de inocência. É preciso aguardar o averiguação dos fatos. Mas, podemos certamente falar sobre a tal “culturamachista” no Brasil e sobre as declarações que o proprio ator tornou públicas.

José Mayer à principio negou o assédio e até fez menção ao personagem da novela, dizendo que as pessoas confundem o ator com o personagem. Em seguida, quando testemunhas corroboraram a versão da figurinista, ele tentou fazer um mea culpa, mas no fim resolveu indiretamente colocar a culpa na geração dele e na cultura machista que predomina no Brasil. Ora, seu José, seja homem e assuma seu erro sem tergiversar! Apelar para o coletivismo é uma tremenda covardia. É o mesmo que fazem alguns intelectuais que querem justificar a criminalidade pela falta de oportunidades. De fato ainda existe essa cultura machista em vários lugares do Brasil, mas, isso não é justificativa para ninguém. É tão exdrúxulo quanto dizer que por que existe uma “cultura” de trafico de drogas no Rio de Janeiro, todo favelado que entra no tráfico tem que ser perdoado. Absurdo! Claro que a miséria é um fator importante, mas negar a individualidade e o peso das escolhas pessoais é ir contra a própria Bíblia que diz “Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por esse iludido e arrastado.” (Tiago 1:14)

Outra coisa que me entristeceu e irritou bastante foram aqueles comentários igualmente precoceituosos querendo insinuar que a figurinista de alguma forma colaborou para o assédio, que “deu bola”, que facilitou.  Também pouco importa se a figurinista demorou para fazer a denúncia porque não queria perder o contrato; isso não altera o fato de forma alguma.

É imporante frisar que a culpa nunca é da vitima. Esse argumento de que “quem usa roupa curta tá pedindo pra ser estuprada”, é dos mais asquerosos e desprezíveis. Leiam os evangelhos e vejam como Jesus tratou prostitutas e mulheres adúlteras, antes de falarem asneiras como essa. Claro que a Biblia orienta as mulheres Cristãs a se vestirem de forma modesta e sem abusar da sensualidade (I Timoteo 2, I Pedro 3). Mas, uma coisa não tem nada à ver com a outra.  Um erro não justifica o outro.

Não deixa de ser irônico que justamente a Globo que veicula tantas novelas e series com  pesado conteúdo erótico e que capitaliza tanto com imagens de mulheres nuas e seminuas, venha posar de “arauto das virtudes” ao proclamar aos quatro ventos a punição ao ator.

“Acautelai-vos quanto aos falsos profetas. Eles se aproximam de vós disfarçados de ovelhas, mas no se mas no seu íntimo são como lobos devoradores.” (Mateus 7:15)

Leon Neto

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Leon Neto é músico, professor do departamento de louvor da Liberty University (USA)
e ministro de louvor da Amelon United Methodist Church (Virginia – USA). 

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