Há muitos anos ouvi um sermão antológico, pregado pelo Rev. Enéas Tognini, um dos mais extraordinários homens de Deus no Brasil, que tinha o título acima. No mesmo, Tognini abordava o exemplo de Obadias, que, preferiu ficar “em cima do muro” a fim de preservar a sua própria vida. Em brilhante exposição bíblica, ele, o pregador, nos mostrou que há momentos na vida em que o silêncio é apenas amarelo e não ouro.
Nos dias atuais, e penso que de agora em diante assim será, a Igreja do Senhor Jesus Cristo será chamada a posicionar-se diante das grandes questões existentes no mundo. Ela não pode sob hipótese alguma ficar calada diante dos desafios de um Apocalipse ambiental, ético, eclesiástico, etc. Mais uma vez a história nos chama a um posicionamento que foge do cômodo politicamente correto, de uma “diplomacia” que na verdade esconde ausência de convicções ou mesmo medo.
Fiz essa reflexão a partir do pedido que me foi feito para escrever uma opinião breve sobre esse período. Depois de muito pensar, concluí que não era hora de “respeitos humanos”, acomodações, conveniências, mas, de convicções explícitas e objetivas.
Há um turbilhão de vozes no mundo hoje. As opiniões são as mais diversas, e, em muitos casos, a liderança cristã evangélica, tem optado pelo conforto e comodismo a fim de não por em risco o “Ibope”. Dr. John Stott afirma que “ou o pregador é fiel ou é popular”. Não dá para harmonizar as coisas. Não é o que o mundo quer ouvir, mas o que o mundo precisa ouvir. Claro, com amor, compaixão e misericórdia, que são traços fundamentais do caráter de Deus.
É hora de botar a face para apanhar!
É hora de se proclamar a fé que se tem. Hora de sair do comodismo dos templos e invadir a rua num profetismo denunciador, que confronte estruturas, leis e governantes com a Palavra de Deus. Temos que alinhar com o Profeta Isaías quando afirma no capítulo 5 do seu livro: “Ai dos que promulgam leis injustas”. É um repto contra o estar “em cima do muro”.
A história gloriosa da Igreja de Jesus Cristo, não foi feita com conveniências mas com convicções. Gente de Deus foi morta, presa, torturada, perseguida e ainda o é, pela coragem sublime de dizer que à luz da Bíblia, o certo é certo e o errado é errado.
Temos um eixo existencial: A BÍBLIA SAGRADA, A PALAVRA DE DEUS!
Sejamos fieis e ELE, o Senhor, nos honrará.
Meu abraço sincero.
Alexandre Ximenes é bispo da Igreja Episcopal Carismática do Brasil – Catedral da Reconciliação (Boa Viagem – Recife/PE).